B&W
Para este mês, a temática é a preto e branco. Se inicialmente, no cinema o preto e branco era uma necessidade, hoje em dia o preto e branco é muitas vezes uma decisão estética para salientar uma escolha dramática e evidenciar uma opção artística.
Abrimos com o primeiro filme de John Cassavetes: Sombras, onde o realizador encetou uma forma de trabalhar com os actores que se tornaria uma marca distintiva e decisiva na sua obra. Passamos para o cinema contemporâneo. No sábado dia 5 exibimos o filme da ilustradora Nine Antico Playlist: uma comédia agridoce em forma de tributo à Nouvelle Vague. Na segunda semana de novembro exibimos o filme de Kenneth Branagh Belfast, uma história muito pessoal vista através dos olhos de uma criança de 9 anos. O Ano da Morte de Ricardo Reis é exibido no dia 12 de novembro. A obra é uma adaptação da obra de José Saramago pelo realizador João Botelho, Paris 13, o mais recente filme do francês Jacques Audiard, passa no dia 17. O argumento escrito pelo realizador e também por Céline Sciamma e Léa Mysius, apresenta uma história de amor que aborda a forma como jovens adultos interagem e constroem a sua identidade. No dia 19 exibimos o filme do colombiano Ciro Guerra O Abraço da Serpente, um autêntico hino à natureza que conta a história da ligação entre Karamakate, um xamã amazônico e último sobrevivente do seu povo e dois cientistas. Para a ultima semana exibimos o filme Raiva do realizador português Sérgio Tréfaut, um conto negro sobre o abuso e a revolta baseado na obra “Seara de Vento”, de Manuel da Fonseca.
A fechar o mês de novembro, numa parceria com a INATEL, temos um filme-concerto a assinalar os 100 anos do histórico documentário Nanook de Robert Flaherty. Musicada por Nuno Costa e Óscar Graça , a sessão terá entrada livre.
Não percam novembro, há muito para ver!


Quinta-feira, 3 de novembro | 21h30
SHADOWS
John Cassavetes
1959 | EUA | FIC | 97’ | M/12
Três jovens irmãos afro-americanos partilham um apartamento em Nova Iorque. Benny passa os dias entre a rua e os bares, Hugh tenta fazer carreira como cantor de jazz, e Leila sonha ser escritora. Primeira longa-metragem de Cassavetes, Sombras é como que um “manifesto” por um novo cinema, um cinema “rebelde”, que inaugura uma forma de trabalhar com os actores que se tornaria uma marca distintiva e decisiva na obra do realizador.

Sábado, 5 de novembro |18h00
Nine Antico
2021 | FRANÇA | FIC | 86’ | M/14
É a estreia da aclamada autora de BD Nine Antico na realização, filmado num p&b que evoca Frances Ha, de Noah Baumbach. A história de duas raparigas livres, Sophie (Sara Forestier), que trabalha numa famosa editora de ‘graphic novels’ parisiense, com o sonho de ver os seus desenhos publicados, e Julia (Laetitia Dosch), aspirante a actriz que trabalha num restaurante.
Quando Sophie conta a Jean (Pierre Lottin), o seu namorado, que está grávida, tudo desaba. Como sobreviver em Paris em tais condições?

Quinta-feira, 10 de novembro | 21h30
Kenneth Branagh
2022 | REINO UNIDO | FIC | 98’ | M/12
Um jovem rapaz de nove anos terá de encontrar o seu caminho para a felicidade num mundo que, subitamente, se virou do avesso. A sua comunidade estável e carinhosa, e tudo o que ele aprendera sobre a vida, transformara-se para sempre; mas a alegria, o riso, a música e a magia inerente ao cinema permaneceram… Escrito e realizado pelo ator e realizador já nomeado para os Óscares, Kenneth Branagh, “Belfast” é a história tumultuosa, terna e intensamente pessoal da infância de um rapaz, durante o agitado final dos anos 60 na cidade de Belfast.

Sábado, 12 de novembro | 18h00
O ANO DA MORTE DE RICARDO REIS
João Botelho
2020 | PORTUGAL | FIC | 122’ | M/14
Fernando Pessoa, um dos maiores escritores da língua portuguesa estabeleceu um gigantesco universo paralelo criando uma série de heterónimos para sobreviver à sua solidão de génio. José Saramago, prémio Nobel da literatura em 1998, fez regressar o heterónimo Ricardo Reis a Portugal, ao fim de 16 anos de exílio no Brasil. 1936 é o ano de todos os perigos, do fascismo de Mussolini, do Nazismo de Hitler, da terrível guerra civil espanhola e do Estado Novo em Portugal, de Salazar. Fernando Pessoa, o criador, encontra Ricardo Reis, a criatura. Duas mulheres, Lídia e Marcenda são as paixões carnais e impossíveis de Ricardo Reis. “Vida e Morte é tudo um”, permite a literatura e o cinema também. Realismo fantástico.

Quinta-feira, 17 de novembro | 21h30
LES OLYMPIADES
Jacques Audiard
2021 | FRANÇA | FIC | 105’ | M/16
Paris, 13º Arrondissement. Emilie, uma jovem que salta de trabalho em trabalho, precisa de um inquilino para dividir casa e é então que conhece Camille, professor e doutorando, com quem inicia uma relação casual. Por sua vez, Camille sente-se atraído por Nora, colega de trabalho que desiste de acabar o curso após ser confundida com Amber, uma conhecida camgirl com quem irá desenvolver uma forte ligação. Amigos, às vezes amantes e muitas vezes ambos, estes jovens redefinem a noção de amor moderno.

Sábado, 19 de novembro| 18h00
EL ABRAZO DE LA SERPIENTE
Ciro Guerra
2016 | COLÔMBIA | FIC | 125’ | M/14
Karamakate, um poderoso xamã da Amazónia, último sobrevivente do seu povo, vive nas profundezas da selva, num isolamento voluntário. Décadas de solidão transformaram-no num chullachaqui, um invólucro humano, despojado de memórias e de emoções. O seu vazio é perturbado pela chegada de Evan, um etnobotânico americano que procura a Yakruna, uma planta sagrada secreta, capaz de ensinar a sonhar. Juntos, embarcam numa viagem pelo coração da Amazónia, na qual o passado, o presente e o futuro se entrelaçam, e onde Karamakate começa lentamente a recuperar as suas recordações perdidas.

Quinta-feira, 24 de novembro | 21h30
Sérgio Tréfaut
2018 | PORTUGAL | FIC | 85’ | M/14
Década de 1950. A vida no Alentejo é difícil. Os trabalhadores rurais, sob o domínio dos grandes proprietários, trabalham de sol a sol e o que ganham muitas vezes não é suficiente para alimentar as suas famílias. Uma noite, depois de ser vítima de uma grande injustiça, um homem perde a razão e transforma-se num assassino. Com realização de Sérgio Tréfaut, “Raiva” é um filme a preto e branco que adapta ao grande ecrã a obra “Seara de Vento” (1958), de Manuel da Fonseca, um clássico do neo-realismo português sobre a pobreza, a opressão e as injustiças sociais que se inspirou num evento verídico acontecido em Beja, em 1930.

Sábado, 26 de novembro | 18h00
FILME – CONCERTO em parceria com a INATEL – Entrada livre
NANOOK, O ESQUIMÓ de Robert Flaherty
Com Nuno Costa e Óscar Graça
1922 | E.U.A. | DOC | 66’
“A primeira longa-metragem de Robert Flaherty (produzida por uma companhia de peles!) é também o primeiro grande documentário da história do cinema. Flaherty parte para o Árctico para filmar o povo esquimó, e o que traz é uma genial crónica do esforço humano, contada de uma forma rigorosa e onde a poesia nasce exactamente dessa exposição simples, dando-lhe uma dimensão universal.”- Cinemateca Portuguesa
Este clássico que comemora este ano 100 anos de existência, documenta um ano na vida de Nanook, um caçador esquimó e a sua família, à medida que lutam para sobreviver nas condições agrestes de Hudson Bay, no Canadá. Apenas com imagens e sem diálogos, este filme mostra o comércio, a caça, a pesca e as migrações de um grupo praticamente intocado pela tecnologia industrial.
Rua Ruben A, 210, 4150-639, Porto
bilhete normal: 3,5€ | bilhete estudante / +65 anos: 2,5€ | bilhete sócio CCP: 0,5€
A bilheteira abre meia-hora antes de cada sessão.
Já há multibanco. Não se fazem reservas.



