JANEIRO’20
recordações
O primeiro mês do ano 2020 é dedicado a filmes sobre a memória e a reflexão sobre as várias personagens sobre recordações e as consequências dessas lembranças nas suas vidas.
Abrimos o ano com duas obras-primas de realizadores absolutos da história do cinema. Na quinta-feira, 9 de janeiro, exibimos MORANGOS SILVESTRES do sueco Ingmar Bergman, onde meditamos sobre a vida seguindo as recordações de Isak Borg.
No sábado, 11, exibimos o que muitos consideram o melhor filme de sempre, CITIZEN KANE, obra de Orson Welles sobre a vida de Charles Foster Kane e que revolucionou na altura a linguagem do cinema.
Na semana seguinte, recebemos o mais recente filme de Pedro Almodóvar, DOR E GLÓRIA, também presente na lista dos melhores do ano, sobre o cineasta Salvador Mallo que em plena crise artística recorda a sua infância. No sábado, 16, o filme de Barry Jenkins baseado na obra de James Baldwin, é exibido. SE ESTA RUA FALASSE retrata a história de um casal que decide lutar contra uma acusação injusta.
A semana de 23 e 25 é dedicado ao cinema japonês, com a obra de Kenji Mizoguchi: O INTENDENTE SANSHO sobre o exílio de um governador e um filme dos estúdios ghibli MEMÒRIAS DE ONTEM, filme de animação de isao Takahata.
Não percam fevereiro, há muito para ver!
*Na última sessão de janeiro e primeira de fevereiro, vamos receber o INDIE JÚNIOR na Casa das Artes. A programação será divulgada em breve.

Quinta-feira, 9 janeiro | 21h30
MORANGOS SILVESTRES
SMULTRONSTÄLLET
de Ingmar Bergman
SUÉCIA | 1957 | FIC | 91’ | M/12
À frente da câmara o cineasta Victor Sjöström dá vida ao Dr.Isak Borg, que evoca o seu passado enquanto viaja de automóvel para receber o seu doutoramento honoris causa na Universidade de Lund.Bergman filma-o exemplarmente transportando o espectador por uma meditação sobre a infância e a velhice.
Sábado, 11 janeiro | 18h00
O MUNDO A SEUS PÉS
CITIZEN KANE
Orson Welles
EUA | 1941 | FIC | 119’ | M/12
Com BIRTH OF A NATION de Griffith (1915) e À BOUT DE SOUFFLE de Godard (1960), este primeiro filme de Orson Welles, realizado quando o cineasta tinha 26 anos, é reconhecido como um grande salto na história da evolução da linguagem cinematográfica. A profundidade de campo, os enquadramentos em ligeiro contrapicado ao nível do chão, o plano sequência natural ou artificial (recorrendo a efeitos especiais), vieram abrir novos caminhos para a realização. Tudo isto ao serviço de um argumento que é também um dos mais bem escritos de sempre, sobre a vida de um potentado da imprensa, Charles Foster Kane, inspirado em William Randolph Hearst, cuja vida é narrada em “flashbacks” por aqueles que o conheceram.
Texto da Cinemateca Portuguesa
Quinta-feira, 16 janeiro | 21h30
DOR E GLÓRIA
DOLOR Y GLORIA
de Pedro Almodóvar
ESPANHA | 2019 | FIC | 113’ |M/16
O espanhol Salvador Mallo possui uma extensa e aclamada carreira internacional como realizador de cinema. Agora, solitário, doente e a atravessar uma crise de inspiração, faz uma reflexão sobre as escolhas feitas ao longo da vida. As suas memórias conduzem-no à infância, numa pequena aldeia espanhola, até aos tempos de juventude e idade adulta, já na cidade de Madrid. Essa viagem fá-lo avaliar a sua relação com os pais, os amigos e amantes; assim como os sentimentos de alegria, tristeza e perda que foram deixando marcas profundas e o transformaram no que é hoje, enquanto homem e cineasta.
Sábado, 18 janeiro | 18h00
SE ESTA RUA FALASSE
IF BEALE STREET COULD TALK
de Barry Jenkins
EUA | 2018 | FIC | 119’ | M/14
Nova Iorque, década de 1970. Tish e Fonny são dois jovens afro-americanos apaixonados e cheios de esperança no futuro. Quando ele é preso injustamente devido a uma acusação de violação, o casal vê o seu mundo ruir. Algum tempo depois, ao descobrir que está grávida do primeiro filho de ambos, Tish toma uma decisão: encontrar um meio de provar o erro judicial que colocou o namorado atrás das grades para que ele possa assistir, em liberdade, ao nascimento da criança.
Com realização de Barry Jenkins (responsável pelo triplamente oscarizado “Moonlight”), um filme dramático sobre injustiça e preconceito que se baseia no romance homónimo de James Baldwin.
Quinta.feira, 23 janeiro | 21h30
O INTENDENTE SANSHO
SANSHÔ DAYÚ
de Kenji Mizoguchi
JAPÃO | 1954 | FIC | 126’ | M/12
No Japão medieval, um governador permissivo é mandado para o exílio. A mulher e os dois filhos tentam juntar-se-lhe, mas são cruelmente separados. Enquanto a mãe é forçada a prostituir-se, os filhos, Anju e Zushio, são vendidos como escravos ao tirano Sansho e crescem submetidos ao sofrimento e à opressão. Anos mais tarde, Zushio é um homem duro, mas a irmã, Anju, não esqueceu a história de ambos.
Sábado, 25 janeiro | 18h00
MEMÓRIAS DE ONTEM
OMOHIDE PORO PORO
de Isao Takahata
JAPÃO | 1991 | FIC | 119’ | M/12
Apercebendo-se que se encontra perante uma encruzilhada na sua vida, a entediada empregada de escritório de vinte e poucos anos, Taeko, parte para o campo. A viagem vai repescar memórias esquecidas, as primeiras emoções dos romances de infância, a puberdade e crescer, as frustrações da matemática e os rapazes. Em alternâncias líricas entre o presente e o passado, Taeko questiona-se se terá sido fiel aos seus sonhos de criança.
Evocando graciosamente os anos 60 e 80, Memórias de Ontem é uma obra de duas épocas, e o drama requintado da nostalgia japonesa dos tempos de escola.




