CINEMA NA CASA DAS ARTES

JULHO

CLASSE OPERÁRIA

+ SEMANA ESPECIAL

3 FILMES DE PEDRO COSTA

 

 

No mês de Julho teremos mais que a programação habitual em exibição na nossa sala.
Na segunda semana de Julho exibimos três filmes do realizador português Pedro Costa, uma programação conjunta com o Lucky Star – Cineclube de Braga.
Contamos receber Pedro Costa para a inauguração deste mini-ciclo, no dia 12, onde exibiremos o filme No Quarto da Vanda. Os restantes filmes em exibição serão Juventude em Marcha e Cavalo Dinheiro.

Seguindo a nossa programação habitual pré e pós este mini-ciclo, exibiremos seis filmes dedicados ao tema da Classe Operária.
Abrimos com o filme português de Pedro Pinho, A Fábrica de Nada, vencedor do prémio FIPRESCI do Festival de Cannes de 2017 onde um grupo de operários tentam segurar os seus postos de trabalho, através de uma solução de auto-gestão coletiva e evitar, assim, o encerramento de uma fábrica. Na mesma semana exibimos uma das obras-primas de Chaplin, Tempos Modernos, que se tornou num clássico exemplo da critica à desumanização e tratamento dos trabalhadores durante a Revolução Industrial.
Na terceira semana de Julho exibiremos Silkwood um filme de Mike Nichols, realizador de filmes como The Graduate, Quem tem medo de Virgina Wolf ou Closer, onde Meryl Streep interpreta uma funcionária de uma fábrica de componentes nucleares que se insurge contra o patronato ao se aperceber das práticas inseguras no seu local de trabalho.
No dia 21, temos 24 City uma reflexão sobre o conflito de uma China que se tenta modernizar num documentário de Jia Zhang Ke que segue a transformação de uma antiga fábrica num condomínio de luxo.
Na última semana do mês e antes da pausa de Agosto para férias, exibimos o filme de Elia Kazan, Há Lodo no Cais, com a interpretação icónica de Marlon Brando rodado na altura do Macartismo nos EUA. Um filme que, na altura, gerou bastante polémica mas que acabou por se tornar numa das obras mais importantes da história do Cinema.
Fechamos o mês com o filme A Parte dos Anjos de Ken Loach, realizador britânico cuja a obra versa desde sempre sob os conflitos interiores e exteriores da classe trabalhadora.

Não percam Julho que há mesmo muito para ver!
 

CCP_07-2018_Cartaz

 

Quinta-feira, 5 de julho | 21h30

A FÁBRICA DE NADA

Pedro Pinho
PT | 2017 | FIC | 177’ | M/14

Uma noite um grupo de operários percebe que a administração está a roubar máquinas e matérias- primas da sua própria fábrica. Ao decidirem organizar-se para proteger os equipamentos e impedir o deslocamento da produção, os trabalhadores são forçados – como forma de retaliação – a permanecer nos seus postos sem nada que fazer enquanto prosseguem as negociações para os despedimentos. A pressão leva ao colapso geral dos trabalhadores, enquanto o mundo à sua volta parece ruir.

 

Sábado , 7 de julho | 18h00

TEMPOS MODERNOS

MODERN TIMES
Charles Chaplin
EUA | 1936 | FIC | 87’ | M/12

Na época da Revolução Industrial, Chaplin trabalha na linha de montagem de uma fábrica com a função repetitiva de apertar parafusos. Isso provoca-lhe uma crise nervosa e é despedido. Depois um longo período num sanatório, sai em busca de trabalho, mas acaba por ser preso ao ser confundido com um agitador comunista.
Devido à falta de emprego, tudo faz para permanecer na prisão. Até que conhece uma jovem órfã que rouba comida para alimentar as irmãs. As irmãs são levadas pela Segurança Social, mas ela consegue escapar vivendo de expedientes. Juntamente com Charlot, vão sobreviver e encontrar emprego em tempos muito conturbados.

 

SEMANA ESPECIAL

3 FILMES DE PEDRO COSTA

Quinta-feira, 12 de julho | 21h30

NO QUARTO DA VANDA

Pedro Costa
POR/ALE |  2000 | DOC | 179’ | M/16
o realizador estará presente na sessão

Distinguido com a Menção Especial do Júri no Festival de Cinema de Locarno, “No Quarto da Vanda” é um filme de Pedro Costa, realizador de “Ossos”, onde já tinha contado uma história dramática, a de um jovem casal que deambulava pelas ruas do bairro das Fontainhas, em Camarate.
“No Quarto da Vanda” retoma o mesmo espaço, no mesmo bairro lisboeta, e leva-nos ao universo da toxicodependente Vanda Duarte (também intérprete de “Ossos”). Em forma de documentário, conta a história verdadeira de uma jovem com dificuldades na vida que, após várias passagens por diferentes casas, encontra o seu lugar num quarto no bairro das Fontainhas. No entanto, o quarto de Vanda não passa de um espaço despido, sem sonhos nem esperanças, onde se vão cruzando várias vidas que dependem umas das outras e principalmente da droga, enquanto lá fora as escavadoras fazem o trabalho de “limpeza” de um bairro degradado.

Sábado , 14 de julho | 18h00

JUVENTUDE EM MARCHA

Pedro Costa
POR/FRA/SUI | 2006 | DOC | 155’ | M/12

Em competição no Festival de Cannes de 2005, “Juventude em Marcha” é o regresso de Pedro Costa ao Bairro das Fontaínhas. É um retrato das transformações das comunidades que habitam o bairro, a partir do olhar de Ventura, um emigrante cabo-verdiano, operário da construção civil reformado, que assiste à destruição das barracas e ao realojamento num novo bairro. O início de uma nova vida, mas o fim de uma comunidade que tinha fundado nessa precariedade laços de solidariedade.

Domingo, 15 de julho | 17h00*

CAVALO DINHEIRO

Pedro Costa
POR | 2014 | FIC | 104’ | M/16

Enquanto, a 25 de Abril de 1974, os capitães faziam a revolução, no bairro das Fontainhas o povo procurava Ventura [o cabo-verdiano já antes apresentado nos filmes “Juventude em Marcha” (2006), “No Quarto da Vanda” (2000) ou “Ossos” (1997)]. Hoje, demolido em nome do progresso, o bairro já não existe. Perdido num país assombrado pela guerra colonial, pela revolução e pela descolonização, Ventura revisita os seus fantasmas pessoais que se vão moldando aos fantasmas de Portugal.

*SESSÃO EXTRA

 

 

Quinta-feira, 19 de julho | 21h30

SILKWOOD – REAÇÃO EM CADEIA

Mike Nichols
EUA | 1983 | FIC | 131’ | M/12

Baseado na história real de Karen Silkwood, uma funcionária de uma fábrica de componentes nucleares. Quando Karen passa a perceber as práticas inseguras no seu local de trabalho, ela decide denunciar as violações da empresa. Na tentativa de dar continuidade à sua investigação, ela acaba descobrindo mais do que os proprietários esperavam e agora a sua vida pode estar em risco.

Um filme de Mike Nichols ( Graduate, Quem tem medo de Virginia Wolf, Closer) com Meryl Streep no papel principal.

Sábado, 21 de julho | 18h00

24 CITY

ER SHI SI CHENG JI
Jia Zhang Ke
CHINA | 2008 | FIC | 107’ | M/12

24 City narra a dramática queda de uma fábrica estatal de munições e a sua conversão num complexo de apartamentos de luxo. Artisticamente composto, rico em detalhes originais e pontuado com canções pop, “24 City” entrelaça as histórias de três gerações de trabalhadores da fábrica (alguns reais, outros interpretados por actores) numa fascinante história oral da China pós-revolucionária. Uma meditação sobre as enormes mudanças físicas e psicológicas responsáveis pela transformação do país.

Quinta-feira, 26 de julho | 21h30

HÁ LODO NO CAIS

ON THE WATERFRONT
Elia Kazan
EUA | 1954 | FIC | 108’ | M/16

Filmado durante o período em que o macartismo dominava a produção cinematográfica dos EUA, “Há Lodo no Cais” conta a história de Terry Malloy (Marlon Brando), um estivador das docas de Nova Iorque que entra em conflito aberto com um sindicato que tem estreitas ligações ao mundo do crime. Apesar de ser considerada uma das melhores obras de Kazan, tendo recebido oito dos dez Óscares para que foi nomeado, o filme despertou acesa polémica: há quem defenda que o realizador tentou passar subliminarmente a mensagem de que, em certas circunstâncias, trair os colegas é a atitude mais correta, procurando desta forma justificar as denúncias que ele próprio fez, num período da história do cinema americano que ficou conhecido como a “caça às bruxas”.

Sábado, 30 de junho | 18h00

A PARTE DOS ANJOS

THE ANGEL’S SHARE
Ken Loach
GB | 2012 | FIC | 101’ | M/12

Robbie é um jovem com um passado marcado pela criminalidade. Depois de um último golpe que quase o pôs atrás das grades, decide, comovido pelo nascimento do filho, mudar de vida e passar a ser um homem de família. A cumprir horas em trabalho comunitário, acaba por ficar a trabalhar na destilaria de Henri, um apaixonado por whisky que lhe passa todos os conhecimentos na área. Com o tempo, Robbie torna-se um especialista no assunto, demonstrando ter o paladar apuradíssimo para diferenciar os ingredientes de cada variedade e qual a colheita mais valiosa. Porém, se a descoberta das suas novas habilidades poderia ser o veículo certo para uma vida promissora, a verdade é que Robbie não consegue fugir à tentação de assaltar a destilaria, naquilo que julga ser a grande oportunidade da sua vida…

 

 

 

Bilhete Normal: €3.50 | Bilhete Estudante e +65anos: € 2.50 | Bilhete Associado CCP: €0.50 | Bilhete Escultura (nascidos em 2000): gratuito
A bilheteira abre 30 minutos antes de cada sessão.
Sala Henrique Alves Costa | Casa das Artes | Rua Ruben A, 210, Porto

SOBRE

O Cineclube do Porto, na sua origem intitulado de Clube Português de Cinematografia, é fundado por Hipólito Duarte no Liceu Alexandre Herculano no ano de 1945 tornando-se o primeiro Cineclube do país. Após a fundação pioneira o seu trajecto torna-se fulgurante com as suas sessões anti regime. Desde 2013 que mantém , em parceria com a DRCN, o projeto de “Cinema na Casa das Artes” com duas sessões semanais. Desde janeiro de 2023 regressa ao Batalha com as Matinés do Cineclube em sessões quinzenais aos domingos de manhã.

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