MARÇO

mulher & o cinema

CCP_03-2016_Cartaz

Dedicamos o mês de março ao tema da Mulher & o Cinema.

A mulher, tema principal deste mês, é perspectivada desde vários pontos de vista. Por um lado, em filmes como FRANCES HA (Noah Baumbach) ou ANNIE HALL (Woody Allen) a mulher assume-se como personagem de destaque centrando o filme numa visão do mundo feminino e das suas complexidades.
AS SUFRAGISTAS de Sarah Gavron e MUSTANG de Deniz Gamze Ergüven (ambos realizados por mulheres), assim como A FONTE DAS MULHERES, de Radu Mihaileanu, questionam a posição social da mulher. No caso do primeiro filme a narrativa desenvolve-se no contexto da reivindicação do direito de voto no Reino Unido; no segundo filme encontramos as personagens enquadradas pelo forte ambiente de repressão da mulher na sociedade turca.
QUANDO A MULHER SE OPÕE, realizado pela única mulher realizadora da chamada Golden Age de Hollywood – Dorothy Arzner – ou o recente filme UMA RAPARIGA REGRESSA DE NOITE SOZINHA A CASA da realizadora iraniana Ana Lily Amirpour propõem-nos filmes que representam um gesto de independência, afirmação e progresso.

No que diz respeito a cinema português, recebemos, no dia 5 de março, duas realizadoras, Raquel Castro e Catarina Alves Costa, que vão apresentar os seus filmes SOUNDWALKERS e SIZA VIEIRA, O ARQUITECTO E A CIDADE VELHA, respectivamente. Esta sessao é seguida de um debate com as próprias realizadoras no qual se pretende perspectivar o papel da mulher no mundo do cinema e audiovisual português.

FOTO CAPA FB março

quinta-feira, 3 março, 21h30

AS SUFRAGISTAS

SUFRAGETTE

Sarah Gavron

FR/GB | 2015 | FIC | 106′ | M/12

 Início do século XX. Apoiadas pelos conceitos iluministas de igualdade e liberdade, as mulheres passaram a reivindicar o direito de participação na política e a exigir leis mais justas que as incluíssem nas decisões parlamentares. Apesar do importante papel social, principalmente no que se refere à educação, até então elas nunca eram vistas como capazes de escolher os governantes. No Reino Unido, o movimento começou com a fundação da União Nacional pelo Sufrágio Feminino. De modo a expor as leis sexistas e mudar a forma como eram olhadas, um grupo de mulheres da classe operária juntam as suas vozes à de Emmeline Pankhurst, uma mulher à frente do seu tempo que há muito lutava pelos direitos das mulheres. Assim, desistindo do protesto pacífico de simples manifestações de rua ou greves de fome que nunca as levou a lado algum, estas mulheres desafiam o Estado e partem para formas de luta cada vez mais radicais, enfrentando tudo em prol da igualdade de direitos e oportunidades…

Sábado, 5 março, 18h

SOUNDWALKERS + SIZA VIEIRA, ARQUITECTO E A CIDADE VELHA

Raquel Castro, Catarina Alves Costa

PT | 2009’ | Doc. | 33’ | M/12

PT | 2005’ | Doc. | 52’ | M/12

Alguns princípios são fundamentais para construirmos uma sociedade acusticamente saudável, onde possamos viver dentro dos sons da vida. O respeito pela voz e pela palavra, a consciência sonora, o despertar da audição. Preservar os sons que tendem a desaparecer, mas ter abertura para os sons que nascem com cada novo passo tecnológico. Construir uma linguagem sonora que interprete o seu simbolismo. Aceitar o silêncio, impondo-o nas alturas certas. E, acima de tudo, ouvir.” (Raquel Castro, realizadora)

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Um arquitecto, Álvaro Siza, e a sua equipa, são chamados a coordenar o projecto de recuperação da Cidade Velha, na ilha de Santiago, em Cabo Verde. O objectivo final é a candidatura desta cidade a Património Mundial da UNESCO. A Cidade Velha é um local histórico: anteriormente chamada Ribeira Grande, foi a primeira cidade fundada pelos portugueses em Cabo Verde (1462). Todo este processo suscita na população local grandes expectativas quanto à melhoria das suas condições de vida. Este filme conta a história do encontro entre estes dois mundos, o do arquitecto e o da população, acompanhando ao longo de três anos algumas das histórias que aconteceram…

Quinta-feira, 10 março, 21h30

ANNIE HALL

Woody Allen

EUA | 1977 | FIC | 94′ | M/12

 

“Annie Hall” é o filme que marcou a passagem de Woody Allen da primeira fase da sua carreira, com comédias simples e despreocupadas, para filmes mais filosóficos e dominados pelas suas obsessões. Woody Allen interpreta o papel de um escritor de comédias, inseguro e neurótico, que se apaixona por Annie Hall (Diane Keaton), uma aspirante a cantora. Com uma visão simultaneamente cínica e bem-humorada das relações pessoais, esta história de complicações amorosas é um documento histórico sobre o amor nos anos 70. Valeu três Óscares a Woody Allen (melhor filme, argumento e realizador), que se recusou a ir a Hollywood recebê-los.

 

Sábado, 12 março, 18h

QUANDO A MULHER SE OPÕE

MERRILY WE GO

Dorothy Arzner
EUA | 1932 | FIC | 78′ | M/12

Jerry, um jornalista e escritor com problemas de bebida, casa-se com Joan, uma rica herdeira. A felicidade dos dois é interrompida quando a peça de Jerry torna-se um êxito e ele se reaproxima da sua antiga namorada, Claire.

Decidida a vingar-se do marido, Joan seduz então Charlie, interpretado por Cary Grant, para fazer ciumes ao marido.

Quinta-feira, 17 março, 21h30

MUSTANG

Deniz Gamze Ergüven

FR/ QUATAR/ TURQUIA/ ALE | 2015 | FIC | 97′ | M/12

É Verão na Turquia. Lale e as suas quatro irmãs vivem numa pequena aldeia com a avó e com o tio. Um dia, depois do fim das aulas, são apanhadas a brincar na praia com alguns colegas de escola. A brincadeira, apesar de inocente, é mal interpretada pelos familiares, que a consideram inapropriada. O castigo não tarda e as cinco raparigas são fechadas em casa, proibidas de qualquer contacto com o mundo exterior. A casa da família transforma-se lentamente numa prisão e os seus casamentos começam a ser planeados. Porém, incapazes de se deixarem dominar, elas encontram as suas próprias formas de contornar as regras que lhes são impostas.

Estreia na realização de longa-metragem de Deniz Gamze Ergüven, “Mustang” está nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro (representando a França).

Sábado, 19 março, 18h

HISTÓRIAS QUE CONTAMOS

STORIES WE TELL

Sarah Polley

EUA | 2012 | DOC. | 108′ | M/12

A família de Sarah Polley, tal como todas as famílias, é tudo menos simples. Quando é revelado um grande segredo que a envolve directamente, ela é já conhecida pelo seu trabalho como actriz e realizadora. Agora, decidida a compreender a “verdade” e conhecer mais profundamente a sua falecida mãe, Polley decide questionar as pessoas mais próximas e fazer um documentário onde todos reflectem sobre o seu passado. Assim, tentando decifrar as incoerências e os pontos comuns, a realizadora demonstra como cada história que contamos nunca deixa de ser, essencialmente, um ponto de vista particular.

Um documentário revelador e intimista sobre o amor e a verdade da memória, que conta com argumento e realização da actriz-realizadora canadiana Sarah Polley (“Longe Dela”) e narração de Michael Polley, o marido da sua falecida mãe. 

Quinta-feira, 24 março, 21h30

UMA RAPARIGA REGRESSA DE NOITE SOZINHA A CASA

A Girl Walks Home Alone at Night

Ana Lily Amirpour

EUA | 2015 | FIC | 101′ | M/12

Uma jovem coberta com um longo véu percorre a noite em direcção à Cidade Malvada, uma comunidade perdida no Irão. É naquele lugar de morte e desespero que encontra as suas vítimas, sugando-lhes a vida. Ninguém está a salvo do seu desejo de sangue e perversão. Até que o seu caminho se cruza com Arash, um rapaz diferente dos outros. Com ele, ela deixa de saber quem é a presa ou o predador.Estreia na longa-metragem da realizadora de ascendência iraniana Ana Lily Amirpour (nascida em Inglaterra e radicada nos EUA), um filme a preto e branco que desenvolve uma curta também realizada por si em 2011. Mistura de vários géneros cinematográficos, desde o drama ao terror ou “western”, com estética irrealista inspirada nas novelas gráficas, “Uma Rapariga Regressa de Noite Sozinha a Casa” pretende ser o “primeiro “western” iraniano de vampiros”.

Sábado, 26 março. 18H00

FRANCES HA

Noah Baumbach

EUA | 2012 | FIC | 86′ | M/12

Aos 27 anos, Frances chega a Nova Iorque absolutamente determinada a realizar o seu sonho mais antigo: tornar-se bailarina numa importante companhia de dança. Ao mesmo tempo que se vai esforçando por ser feliz no dia-a-dia e aproveitar os detalhes mais doces da sua vida, ela vai provando a si mesma que, apesar das dificuldades, será capaz de atingir tudo aquilo a que se propuser. E é assim, completamente convicta de cada um dos seus passos, que vai aprender a conquistar o mundo…

Com realização de Noah Baumbach (“A Lula e a Baleia”, “Margot e o Casamento”, “Greenberg”), que escreve o argumento em parceria com Greta Gerwig, também protagonista do filme, uma história sobre sonhos e expectativas de uma jovem que se recusa a perder o optimismo ou a crença na Humanidade. 

Quinta-feira, 31 março, 21h30

A FONTE DAS MULHERES

LA SOURCE DES FEMMES

Radu Mihaileanu

FR/BELG/ IT | 2011 | FIC | 135′

Numa aldeia do Norte de África, existe uma pequena comunidade fechada, onde as tradições têm ainda um enorme peso no modo de vida e onde as mulheres pouco poder têm para alterar a sua condição. Entre outras tarefas, são elas quem têm de ir buscar água ao cimo de uma montanha, por um caminho longo e difícil. É então que Leila (Leïla Bekhti), uma jovem recém-casada, percebendo a injustiça e o sacrifício inútil, convence as outras mulheres a obrigar os homens a canalizar a água até à aldeia. Para isso elas apenas têm uma arma ao seu alcance: greve de sexo.
Um filme de Radu Mihaileanu (“O Concerto”) que, em jeito de comédia, retrata as desigualdades entre os sexos e a longa e dura batalha das mulheres que, quebrando regras e tradições, tentam criar espaço à mudança.

Bilhete Normal: €3.50 | Bilhete Estudante e +65anos: € 2.50 | Bilhete Associado Cineclube do Porto: €0.50
A bilheteira abre 30 minutos antes de cada sessão.
Clube Português de Cinematografia – Cineclube do Porto
ccp@cineclubedoporto.pt | facebook.com/cineclubedoporto | cineclubedoporto.wordpress.com
Casa das Artes – Sala Henrique Alves Costa | Rua de Ruben A. 210, 4150-639 Porto | T. 220 116 350
culturanorte.pt |casadasartes.pt | facebook.com/casadasartesporto

SOBRE

O Cineclube do Porto, na sua origem intitulado de Clube Português de Cinematografia, é fundado por Hipólito Duarte no Liceu Alexandre Herculano no ano de 1945 tornando-se o primeiro Cineclube do país. Após a fundação pioneira o seu trajecto torna-se fulgurante com as suas sessões anti regime. Desde 2013 que mantém , em parceria com a DRCN, o projeto de “Cinema na Casa das Artes” com duas sessões semanais. Desde janeiro de 2023 regressa ao Batalha com as Matinés do Cineclube em sessões quinzenais aos domingos de manhã.

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